por Márcia Folleto
É incrível o poder das imagens e das histórias que capturam. Márcia Folleto, com sua sensibilidade e dedicação, não apenas documenta, mas também revela os aspectos mais profundos e humanos por trás de suas lentes. Em ‘Mutilados’, trabalho vencedor na categoria fotojornalismo no 45° Prêmio Vladimir Herzog, ela não se limita a mostrar a realidade crua, mas vai além, buscando trazer à luz a humanidade por trás de cada estatística, de cada vítima.
Essas histórias de vida, marcadas por traumas profundos e desafios intransponíveis, são um testemunho da resiliência humana. É comovente perceber como, mesmo diante de circunstâncias tão adversas, as pessoas mantêm sonhos simples, porém profundamente significativos. Sonhos que para muitos podem parecer banais, mas que para essas vítimas representam a liberdade, a normalidade e a possibilidade de desfrutar das pequenas alegrias da vida.
O trabalho árduo por trás desse projeto jornalístico, desde a concepção da pauta até a sua execução, revela não apenas a dedicação da equipe envolvida, mas também a importância de trazer à tona temas tão sensíveis e urgentes. A busca por dados, as entrevistas nos hospitais e a cuidadosa composição das narrativas são reflexos do comprometimento em contar histórias que muitas vezes são esquecidas ou negligenciadas pela sociedade.
Esse tipo de jornalismo, que vai além das manchetes e estatísticas, é crucial para despertar consciências, provocar reflexões e, quem sabe, motivar mudanças. São projetos como esse que nos lembram da necessidade de compaixão, empatia e da busca por soluções para os problemas que afetam tantas vidas em nossa sociedade. (Juliana Almeida)