Querida leitora, querido leitor do Unidade,
Nos dias 28, 29 e 30 de junho, nosso Sindicato sediou a 25ª Plenária Nacional do FNDC, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, com uma série de debates com pessoas de todo o país que lutam por um projeto justo, plural e democrático de comunicação. Na semana seguinte, nos dias 5 e 6 de julho, foi a vez de nossa entidade sediar o 8º Encontro Nacional de Comunicadores e Ativistas Digitais, organizado pelos parceiros e parceiras do Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé”.
Mais do que relatar a realização dessas atividades, é importante dizer que a escolha de nosso Sindicato como espaço de acolhida não é mera coincidência. E então, podemos dar início ao objetivo deste Editorial: parece que não, mas já se passaram três anos desde que essa gestão assumiu o compromisso à frente da direção de nossa entidade. Com as eleições para a renovação da Diretoria chegando, já estamos em um clima de despedidas e de avaliações sobre o período que passou. E, com muita alegria e orgulho podemos dizer que cumprimos nossa missão, mesmo diante de tantos desafios.
Nosso Sindicato manteve-se em sua missão em defesa da democracia, dos direitos humanos e da luta por uma comunicação que seja de fato democrática e que promova a livre circulação de informações. Em 2021, quando iniciamos nossa gestão, tivemos de enfrentar a pandemia, que vitimou centenas de jornalistas, e o governo Bolsonaro, que atacava sistematicamente a nossa categoria como um método para o avanço de um projeto obscurantista e autoritário para o Brasil. Mas nós sobrevivemos e resistimos! Em junho de 2022, após uma ação movida por nosso Sindicato, o ex-presidente (e agora inelegível) foi condenado por assédio moral coletivo contra a nossa categoria. Temos documentado aquilo que sabíamos há muito tempo: Jair Bolsonaro é um assediador e sentenciado pela Justiça.
Mas, além de se somar às lutas de interesse do povo brasileiro e da classe trabalhadora, o SJSP também conseguiu avançar em seu objetivo de ser uma permanente referência para a nossa categoria. E realizamos esta tarefa em uma conjuntura amplamente desfavorável: mesmo com demissões, precarização, fechamento de publicações, aumento do adoecimento em função da piora das condições de trabalho e de relatos de diferentes assédios, nossa categoria se organizou e avança dia a dia para lutar coletivamente por salários, direitos e dignidade.
Tínhamos poucos meses de mandato quando encaramos uma duríssima Campanha Salarial no segmento de Jornais e Revistas da Capital: frente a uma inflação de 8,9%, os patrões ofereciam zero de reajuste. Em assembleias virtuais, que reuniram centenas de jornalistas, aprovamos e organizamos uma paralisação coletiva de duas horas, mobilização que há décadas não realizávamos. Como resultado, conquistamos o reajuste pela inflação para boa parte dos salários. Em Rádio e TV, com o desafio de dialogar com colegas em todas as emissoras do estado, aprimoramos nossa comunicação e promovemos atos nas portas das empresas, pressionando para o avanço das reivindicações. E na negociação de Jornais e Revistas do Interior, após longa batalha, conseguimos voltar à mesa de negociação com os patrões neste ano.
NA PRÓXIMA EDIÇÃO DO UNIDADE, UMA NOVA GESTÃO ESTARÁ À FRENTE DE NOSSA ENTIDADE, COM CARAS NOVAS, GÁS RENOVADO E O INERENTE ENTUSIASMO DE SE COMEÇAR UM NOVO TRABALHO
Graças ao sempre competente trabalho de nosso Departamento Jurídico, ações judiciais coletivas e individuais conseguiram ser concluídas com sucesso, mesmo diante de um cenário desfavorável provocado pela “reforma trabalhista”. E liderados por nossa Secretaria de Comunicação e Cultura (responsável pela edição deste Unidade), promovemos diferentes atividades de interesse para a nossa categoria, como a inauguração da Biblioteca Milton Bellintani. Um balanço mais detalhado de nossa gestão está disponível nas próximas páginas, mas é importante destacar aqui que o sentimento coletivo da atual Diretoria é que podemos fazer uma avaliação positiva desses últimos três anos, com a consciência de que ainda temos muito a avançar.
Jornalista, vote nas eleições nos dias 7 e 8 de agosto!
Como a vida é marcada por ciclos que se encerram e outros que se iniciam, é importante compartilhar que o processo eleitoral que acontecerá no mês de agosto conta com sentimentos da continuidade, mas também da mudança. Dando razão ao nome de nosso jornal, as companheiras e companheiros que se colocaram à disposição para dedicar tempo e esforços na tarefa de conduzir a direção de nosso Sindicato concordaram que a unidade é o caminho para organizar a categoria em tempos desafiadores, construindo uma chapa única para o pleito.
Mas a ausência de uma disputa concreta pelo voto não diminui em nada a importância do processo eleitoral: aliás, este é um momento extremamente importante de diálogo com colegas que ainda não são sindicalizados e sindicalizadas, discutindo a importância de apoiar politicamente e materialmente a entidade de representação por meio da sindicalização. As eleições também propiciam a chegada de novos jornalistas de diferentes locais de trabalho que toparam participar da chapa. Temos continuidade, mas também renovação, como você poderá observar nesta edição.
Como estávamos dizendo, entretanto, nossas vidas são marcadas pelas chegadas e pelas despedidas. Na próxima edição do Unidade, uma nova gestão estará à frente de nossa entidade, com caras novas, gás renovado e o inerente entusiasmo de se começar um novo trabalho. E com isso, também temos de saudar aqui as companheiras e companheiros que seguem ao nosso lado na luta, mas que não estarão à frente da nova gestão. Nosso colunista Juca Kfouri se despede nesta edição. Foram mais de 4 anos contribuindo voluntariamente para a categoria com suas reflexões sobre o jornalismo e o momento em que vivemos. E em nome dos companheiros Guto Camargo e Paulo Zocchi, que foram presidentes do Sindicato e participantes da última diretoria, nossa gratidão, admiração e a certeza que continuamos juntos e firmes na permanente batalha pela construção de nossa entidade. A luta segue!