por Camila Silva – Cojira-SP
Dados da pesquisa Perfil Racial da Imprensa Brasileira revelaram que as redações de jornalismo são brancas, masculinas e têm poucas oportunidades para profissionais negros e negras – que ocupam posições operacionais e ganham menos. O estudo é uma iniciativa do Portal dos Jornalistas e da newsletter Jornalistas&Cia em parceria com o Instituto Corda e foi divulgado em novembro.
De acordo com o Perfil, a quantidade de pessoas brancas dentro das redações é mais que o triplo (77,6%) em comparação a pessoas negras (20,1%), amarelas (2,1%) e indígenas (0,2%). Homens assumem 63% das possiçòes, enquanto as mulheres, 36,6% e outros, 0,4%.
Vale lembrar que, segundo o IBGE, 56,2% da população brasileira se declara negra (46,8% parda e 9,4% preta), 42,7% branca e 1,1% ou amarela ou indígena, 51,8% são homens e 48,2%, mulheres.
O Perfil Racial foi dividido em três fases e ouviu 1952 jornalistas. Na etapa qualitativa, 95% das pessoas afirmaram que a carreira é mais difícil para negros. As mulheres também relataram enfrentar mais barreiras ao longo de suas carreiras por serem mulheres e negras. A pesquisa, no entanto, não quantifica ou qualifica a presença de pessoas trans e travestis nas redações e outros grupos minorizados como PcDs.
Outras informações como o nível acadêmico e a distribuição de jornalistas por regiões do país podem ser acessadas no relatório disponível no Portal dos Jornalistas.