Fotojornalismo: Distopia Amazônica

Fotos Lalo de Almeida 

O trabalho de fôlego do fotojornalista Lalo de Almeida na floresta amazônica foi o vencedor na premiação de 2022 do World Press Photo, na fase mundial da categoria projeto de longa duração. A série teve início em 2012 e reuniu 30 fotografias, a maioria para a Folha de S. Paulo. O ensaio é um testemunho da destruição e dos riscos – sobre o meio ambiente e sobre as comunidades locais – do desmatamento, da mineração e da exploração de outros recursos, sob ritmo acelerado, principalmente a partir de 2019. A intenção de Lalo é mostrar que o modelo de exploração da Amazônia se perpetua no tempo, mas com Bolsonaro vivemos o pior momento dessa história. Segundo o site da premiação, o júri considerou que cada imagem de Lalo é “intencional e impactante”, e premiou o projeto porque “ele demonstra, de forma poderosa, os efeitos do abuso da terra pela humanidade e liga essas realidades a uma narrativa globalmente compreensível sobre a crise climática”

1. Um homem caminha perto de aldeia do povo yawalapiti, em meio à fumaça de incêndios florestais no Parque Indígena Xingu. 2. Jasson Oliveira do Nascimento, um residente na Reserva Extrativa Arapixi, criada em 2006 como área de proteção para o uso sustentável dos recursos, mas que tem sido invadida por grileiros, os quais ameaçam o modo de vida de 300 famílias. 3. O desmatamento massivo é evidente em Apuí (AM), município cortado pela Rodovia Transamazônica. Apuí é a fronteira da expansão agrícola na Amazônia, e um dos municípios mais devastados. 4. Homens trabalham em uma mina de ouro a céu aberto no município de Peixoto de Azevedo (MT). Parte da extração na região é ilegal, e mesmo minas legais muitas vezes descumprem a regulação ambiental. 5. Cabana frequentada por usuários de crack, na Rua das Olarias, uma das áreas marcadas pela violência em Altamira (PA)