por Juca Kfouri
Aconteceu o inevitável e o previsto: a imprensa de extrema-direita rachou com a vitória de Lula em outubro.
A Jovem Pan é porra-louca, mas não rasga dinheiro.
Percebeu que a coisa ficaria feia para ela e jogou sua carga mais podre ao mar, não apenas pelo mau cheiro, mas porque, também, composta por gente que mal informou seus ouvintes durante muito tempo e o tempo inteiro.
Segundo os postos para fora, Donald Trump ganharia a eleição de Joe Biden e Jair Bolsonaro derrotaria Lula, no primeiro turno.
A primeira informação era dita e repetida diretamente da Califórnia, como se a mentira vinda de lá também não tivesse pernas curtas. De tanto contar errado, a coitada foi cortada.
Já a mentira brasileira vinha de São Paulo mesmo, do Urubu de Taquaritinga, que, além do mais, jurava, entre um e outro esgar, que Lula não podia sair às ruas, que não juntava gente nem para fazer procissão em cidade do interior. Mais de 60 milhões de votos, de fato, é pouco.
A Jovem Pan, chamada pelo país afora de Jovem Klan, preferiu ficar com carga menos tóxica, de gente incapaz de causar grandes danos, porque não dá uma informação, apenas opiniões histéricas, inconformadas com a derrota eleitoral mesmo depois de tantos golpes baixos dados pelo governo federal para tentar vencer o candidato imbatível desde 2002.
Sobrou à carga desprezada ir buscar abrigo em outro tipo de pistolagem, não por acaso na chamada revista far-Oeste.
Fará concorrência à Klan em busca do dinheiro de apoiadores como o véio da Havan etc.
Evidentemente existe público entre os fundamentalistas, e os que disputam tal tipo de consumidores tentam reproduzir no Brasil o que a Fox faz nos Estados Unidos.
Órfãos do astrólogo Olavo de Carvalho, seus seguidores, de Ana a Urubu, buscam em Steve Bannon a salvação, embora ele esteja mais perto da prisão que da reeleição de Trump, assim como, aparentemente, estão muitos, aqui no país, que foram exaustivamente apoiados pelos que se venderam aos ideais fascistoides na tradicional emissora paulistana — a qual jogou sua história de conservadorismo honesto no lixo.
Por falar nele, no lixo, cumpre dizer que a biografia dos dispensados foi também morar lá. For ever! •